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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O salvador inesperado

Caros amigos,

compartilhamos com vocês este belíssimo poema, que nos traz uma pequena lição. Honrar pai e mãe é um dos dez mandamentos que não devemos esquecer.

Abraços fraternos,
Juventude Espírita





O SALVADOR INESPERADO

Era uma jovem artista, diferente... 
Contava apenas quinze primaveras, 
Mas atraía em muita gente 
Interesse, atenção, bondade, simpatia. 
Sabia interpretar mensagens de alegria 
E enriquecer canções 
Que o público 
Aplaudia em palmas e ovações. 
Mas, em casa, essa jovem 
Tomava outra figura,
Parecia uma fera caprichosa! 
Trazia exteriormente a beleza da rosa 
E por dentro de si todo um arsenal de espinhos. 

O pai, viúvo e só, notava isso 
E ao ver a filha única, vaidosa, 
Ele, humilde operário, agarrado ao serviço,
Começou a beber, buscando o esquecimento;
Lamentava a viuvez, a dor, o desalento...

E, ao estragar-se, um dia, 
Ouviu a filha, em dura rebeldia, 
A expulsá-lo do lar:
- Vá-se embora daqui - disse a filha a gritar. 
O senhor já não manda nesta casa, 
Um pai bêbado é nódoa para mim; 
A tolerância sempre chega ao fim...
O seu vício me arrasa, 
Saia, saia daqui, seu lugar é na rua!...
O pobre pai mal pôde levantar-se, 
Mas ergue-se, recua, 
E vai cambaleando na calçada, 
Enquanto a filha tranca a porta 
E vai dormir mal-humorada.

Seis anos transcorreram sobre a cena; 
A menina fizera-se famosa. 
No circo de alto luxo, ela domina... 
Parecia, um trapézio, uma estrela divina 
Ou borboleta humana, bailando soberana. 
Era a dona dos prêmios e era vista
Por beleza sem par e modelo de artista. 

Veio uma grande noite. Aplausos. Alegria. 
A platéia delira e a multidão das palmas, 
O número da moça é quase que magia. 
Há espanto nos olhos, êxtase nas almas... 
O trapézio voava, ela saltava e ria, 
De corpo seminu, em leve fantasia. 

Nisso ocorre um imprevisto, ante a platéia atenta, 
Surge um curto-circuito e faísca violenta 
Ateia fogo em cima e arrasam-se estruturas.
A jovem trapezista atrapalha-se 
E agarra uma viga de amarra 
Que fica nas alturas... 
Ela, a estrela da equipe, a moça bela e forte, 
Grita e roga socorro, ao conhecer-se 
Em presença da morte. 

O incêndio desata, o circo se esvazia, 
A jovem grita, grita e ninguém a escuta; 
A multidão de longe apenas segue 
Os detalhes cruéis daquela imensa luta, 
Mas um velho palhaço, um canastrão de arena, 
Vara o fogo e se eleva, em corda frágil; 
Eis que o povo lhe exalta a coragem serena... 
Certa viga, ao cair, espanca-lhe a cabeça, 
Ele, porém, não pára e, ante a fumaça espessa, 
Alcança a moça aflita e, tomando-a nos braços, 
Desce, devagarinho, 
Procurando caminho, 
Nos bancos chamejantes, em pedaços... 

Mas, ao depor no chão a moça linda e salva, 
Ela sorri feliz...
O povo aplaude, prazenteiro, 
Entretanto, 
Cai exausto o truão do picadeiro,
Tomba mostrando a boca, em larga flor de sangue; 
Era uma chaga só aquele corpo exangue. 
Arfa-lhe o peito enorme, a morte se aproxima. 
Alguém chega e o reanima; 
É um velho amigo que reaparecera 
E que lhe arranca a máscara de cera... 
O povo se aglomera... Ante a cera que cai, 
A moça empalidece, 
Ajoelha-se e grita, como em prece:
- Meu deus, ele é meu pai!...

E ele nela fixando o olhar que se despede e brilha, 
Num resto de calor e de ternura, 
Tão-somente murmura:
- Deus te guarde e abençoe
Filha do coração, meu amor, minha filha!...


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Momentos de Ouro, Médium: Francisco Cândido Xavier.

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