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domingo, 24 de abril de 2016

A importância social de O Livro dos Espíritos



Amigos, bom dia!
Para fecharmos essa semana dedicada à Codificação Espírita, apresentamos um belíssimo texto escolhido por Allan Kardec para estampar as páginas da Revista Espírita de janeiro de 1858.

Nele refletimos sobre a importância da obra O Livro dos Espíritos.

Boa leitura e bons estudos!



O LIVRO DOS ESPÍRITOS

CONTENDO OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA ESPÍRITA


Sobre a natureza do mundo incorpóreo, suas manifestações e suas relações com os homens; as leis morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da Humanidade.


ESCRITO DE ACORDO COM O DITADO E PUBLICADO POR ORDEM DOS ESPÍRITOS SUPERIORES

 Por Allan Kardec



Como o indica o título, esta obra não é uma doutrina pessoal: é o resultado do ensino direto dos próprios Espíritos sobre os mistérios do mundo onde estaremos um dia e sobre todas as questões que interessam à Humanidade; eles nos dão de algum modo um código de vida, traçando-nos a rota da felicidade porvindoura. Como este livro não é fruto de nossas ideias, pois sobre muitos pontos importantes tínhamos uma maneira de ver bem diversa, nossa modéstia nada teria a sofrer com elogios. Preferimos, entretanto, deixar que falem os que estão inteiramente desinteressados por esta questão.

Sobre este livro, o Courrier de Paris, de 11 de junho de 1857, estampou o seguinte artigo:

A DOUTRINA ESPÍRITA

 Faz pouco tempo publicou o editor Dentu uma obra deveras notável, diríamos mesmo muito curiosa, se não houvesse coisas às quais repugna qualquer classificação banal.


O Livro dos Espíritos, do Sr. Allan Kardec, é uma página nova do próprio grande livro do infinito e, estamos persuadidos, uma marca será posta nessa página. Seria lamentável que pensassem estarmos aqui a fazer reclame bibliográfico: se tal se pudesse admitir, preferiríamos quebrar a pena. Não conhecemos absolutamente o autor, mas proclamamos bem alto que gostaríamos de conhecê-lo. Quem escreveu aquela introdução que abre O Livro dos Espíritos deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres.

Aliás, para que não se ponha em dúvida a nossa boa-fé e nos acusem de partidarismo, diremos com toda a sinceridade que jamais fizemos um estudo aprofundado das questões sobrenaturais. Apenas, se os fatos produzidos nos causaram admiração, pelo menos não nos levaram a dar de ombros. Somos um pouco da classe chamada dos sonhadores, porque não pensamos como todo mundo. A vinte léguas de Paris, ao cair da tarde, quando em nossa volta tínhamos apenas algumas cabanas esparsas, pensamos naturalmente em coisas muito diversas da Bolsa, do macadame dos bulevares ou nas corridas de Longchamp. Muitas vezes nos interrogávamos e, durante muito tempo, antes de ter ouvido falar em médiuns, a respeito do que se passava nas regiões que se convencionou chamar o Alto. Há tempos chegamos mesmo a esboçar uma teoria sobre os mundos invisíveis, guardando-a ciosamente para nós e nos sentimos muito felizes porque a encontramos, quase que por inteiro, no livro do Sr. Allan Kardec.

A todos os deserdados da Terra; a todos quantos marcham e que, nas suas quedas, regam com as lágrimas o pó da estrada, diremos: Lede o Livro dos Espíritos. Ele vos tornará mais fortes. Também aos felizes, aos que pelo caminho só encontram as aclamações e os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o e ele vos tornará melhores.

O corpo da obra, diz o Sr. Allan Kardec, deve ser atribuído inteiramente aos Espíritos que o ditaram. Está admiravelmente dividido no sistema de perguntas e respostas. Por vezes estas últimas são sublimes, o que não nos surpreende. Mas não foi necessário um grande mérito a quem soube provocá-las?

Desafiamos os mais incrédulos a rir quando lerem esse livro em silêncio e na solidão. Todos honrarão aquele que lhe escreveu o prefácio.

A doutrina se resume em duas palavras: Não façais aos outros o que não quereis que vos façam. Lamentamos que o Sr. Allan Kardec não tivesse acrescentado: e fazei aos outros como quereríeis que vos fizessem. Aliás, o livro o diz claramente, sem o que a doutrina não seria completa. Não basta não fazer o mal; é preciso ainda que se faça o bem. Se fores apenas homem de bem, só terás cumprido a metade do dever. Sois um átomo imperceptível desta grande máquina chamada mundo, na qual nada é inútil. Não nos digam que é possível ser útil sem fazer o bem. Seríamos forçados a escrever um livro para responder.

Lendo as admiráveis respostas dos Espíritos na obra do Sr. Kardec, dissemos a nós mesmo que havia um belo livro a escrever. Logo verificamos, entretanto, o nosso engano. O livro já está escrito. Procurando completá-lo, apenas o estragaríamos.

O senhor é homem de estudo e tem aquela boa-fé que apenas necessita instruir-se? Então leia o Livro Primeiro sobre a Doutrina Espírita.

O senhor está na classe das criaturas que apenas se ocupam consigo mesmas e que, como se costuma dizer, fazem os seus negócios muito tranquilamente e nada enxergam além dos próprios interesses? Leia as Leis Morais.

A desgraça o persegue encarniçadamente e a dúvida o tortura por vezes no seu abraço gelado? Estude o terceiro livro: Esperanças e Consolações.

Todos quantos aninham pensamentos nobres no coração e acreditam no bem, leiam o livro da primeira à última página.

Aos que encontrassem ali matéria para zombarias, o nosso sincero lamento.


G. DU CHALARD.


Das numerosas cartas que nos têm sido dirigidas desde a publicação do Livro dos Espíritos, citaremos apenas duas, porque, de certo modo, resumem a impressão produzida pelo livro e o fim essencialmente moral dos princípios que o mesmo encerra.

 
Bordeaux, 25 de abril de 1857.

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